Se você não for aficcionado por criptos provavelmente nunca deve ter ouvido falar desse termo. Mas fique tranquilo, vou explicar não só o que é DAO, mas também trazer até você mais informação sobre essa proposta da rede Helium
A imagem acima nos ajuda a entender dois modelos de gestão de organizações, as tradicionas (Top Down) e as DAOs (Decentralized Autonomous).
TOP DOWN
Sendo direto ao ponto, são modelos de organização que possuem uma estrutura hierárquica de “cima pra baixo”, por isso o termo “Top Down”.
Nesses modelos as decisões são tomadas por níveis superiores como uma Diretoria, por exemplo. Isso mostra centralização no poder decisório e estratégico, sendo direcionado para os níveis inferiores as ações que serão tomadas para que as estratégias e objetivos criados pela Diretoria sejam realizados. Logo, não há uma participação ativa dos níveis inferiores no processo decisório.
DAO
A sigla, em português, significa “Organização Autônoma Descentralizada” e de forma resumida é uma estrutura de organização em que as estratégias são decididas democraticamente, SEM uma estrutura hieráquica centralizada, sendo isso o que a define como Organização Descentralizada.
Mas e a parte “Autônoma“…
Calma que não esqueci…
Dizemos ser “Autônoma” pois esse modelo de organização pode ser desenvolvida através de “programas de computador”, ou sendo mais especíifico, contratos inteligentes que são executados e validados em um blockchain.
Ou seja, é como se um grupo de pessoas utilizasse do blockchain para criar essa estrutura legal com regras previamente estipuladas em que somente com a votação dos membros e participantes da organização decisões podem ser tomadas. Isso evitaria que alguém mudasse as regras no meio do jogo, pois toda e qualquer alteração fica registrada no blockchain.
Para que não fique apenas nas minhas definições simples, vou deixar abaixo a descrição do site Tecnoblog com mais detalhes.
Mas…o que isso tem a ver com a rede Helium ?
A rede Helium utiliza do modelo DAO para suas propostas de melhoria de rede, também conhecidas como HIPs e que já citei em outro artigo:
Artigo: HIPs – A rede com governança descentralizada
Mas a grande questão do momento e que foi votada recentemente é o HIP 51 que traz um novo capítulo para a rede Helium.
HIP 51 – A rede de redes
Essa proposta de melhoria para a rede Helium faz com que a rede tenha possibilidade de crescer com diferentes protocolos de tecnologia de rede.
Sim, apesar de ter iniciado com os famosos hotspots LoraWAN para IoT (que muita gente ainda confunde com um roteador de WiFi convencional), a rede está fazendo a transição para se tornar uma REDE DE REDES (Network of Networks).
Isso abrirá caminho para outros protocolos e tecnologias participarem do modelo de incentivo econômico desenvolvido e validado com os hotspots Lora. Englobando o 5G, WiFi, VPN e outros protocolos que manterão a característica de descentralização.
Cada novo protocolo terá uma subDAO própria que irá determinar as regras para Prova de Cobertura, recompensas de mineração e preços de transferências de dados.
O modelo econômico que envolve os tokens HNT – Data Credits continuam sendo a base do sistema, mas devido às características técnicas diferentes de cada tecnologia (Lora, WiFi, 5G, etc) será necessário ajustar as regras para a realidade de cada um.
Pare e pense…
A quantidade de dados que é utilizada por um sensor Lora é bem menor do que a de um aparelho celular utilizando o 5G, além disso, os equipamentos de rádio necessários tem características diferentes uns dos outros, logo vemos que tentar ajustar todas essas variáveis em um único modelo seria bem complicado.
A solução encontrada de separar em subDAOs vem como proposta para viabilidade dessa diversificação da rede. E para isso, também são criados novos tokens: IOT (LoraWAN), MOBILE (5G) e outros no futuro.
Com a aprovação de cada fase do HIP 51, os proprietários de hotspots 5G receberão o token MOBILE enquanto os donos de hotspots LoraWAN receberão o token IOT.
Apesar de serem novos tokens todos poderão ser convertidos em HNT, pois o HNT continuará sendo o token principal da rede (camada 1) e que continuará sendo negociado em mercado secundário (corretoras).
Acredito que caminhar na direção de se tornar uma rede de múltiplos protocolos e tecnologias era o que ocorreria de fato com a rede Helium, afinal o objetivo de atuar com descentralização do setor de Telecom é algo grandioso e que deve gerar muitas batalhas no setor no futuro próximo. Mas assim como a Uber que acabou sendo adotada globalmente por oferecer um serviço de valor para os usuários, a Helium tende a fazer o mesmo para o setor de Telecom tradicional, cortando vários intermediários e oferecendo valor a um preço acessível para os usuários da rede.
Mas como sempre, vamos um passo de cada vez, fazendo e aprendendo 😉
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