Com a implantação dos modelos de hotspots Light veremos uma adoção em massa da rede Helium em todo o mundo?

Nossa!!! Que fantástico!!! Mas…o que é um Light Hotspot?

Pode ficar tranquilo, vou te explicar…mas vamos voltar alguns passos…
Para facilitar as definições e não confundirmos palavras vou partir das seguintes considerações:
1) Categoria: quando eu usar o termo “Categoria” estarei me referindo às 3 categorias existentes de hotspot: Full miner, Light e Data Only.
2) Tipo: esse termo vou utilizar quando estou diferenciando entre Outdoor (que pode ser instalado em área externa) e Indoor (que deve ser instalado em área interna).
CATEGORIAS DE HOTSPOTS
Existem 3 categorias de hotspots atualmente: Full miner, Light e Data Only.
FULL MINER
São os aparelhos vendidos atualmente. Essa categoria foi a primeira a ser criada, pois no início do desenvolvimento da rede era necessário para validação do projeto que o hotspot tivesse uma cópia do Blockchain Helium instalada localmente, ou seja, dentro dele.

Com uma cópia do Blockchain dentro do hotspot, isso trouxe a necessidade de uma capacidade de processamento maior no próprio aparelho, bem como mais memória. Logo, o full miner tem além de um circuito de RF (rádio-frequência) que envolve toda a parte de chips da tecnologia LoRa, filtros de RF e afins também precisava de praticamente um mini-computador dentro dele. Afinal, com o crescimento da rede e do próprio Blockchain cada vez mais a velocidade de processamento e memória se tornavam importantes.
Por esse motivo, muitos fabricantes utilizam um Raspiberry para a parte de processamento do hotspot.

Pra quem não conhece, o Raspberry é um mini-computador de placa única. Como vocês podem ver na imagem, esse modelo é o Raspberry Pi 4, a versão mais recente desse mini-pc. Esses mini-computadores começaram a ser desenvovidos em 2009 pela Fundação Raspberry (Sem fins lucrativos) com objetivo de levar o ensino básico de ciência da computação para as escolas. Atualmente é uma ferramenta poderosa e muito utilizado no mundo Maker para desenvolvimento de produtos de tecnologia, testes, validações, integrações de IoT. Enfim, há uma infinidade de aplicações, inclusive em alguns hotspots de Helium, como dos fabricantes Sensecap e RAK.
RAK

Sensecap

A necessidade de processamento maior faz com que o custo total do hotspot seja mais elevado. Afinal, um raspberrry tem um custo e mesmo que o fabricante tenha seu próprio circuito de processamento sem utilizar esse mini-pc haverá um custo associado a essa estrutura.
Agora quando analisamos a rede, também há uma implicação em termos a necessidade de existir uma cópia do Blockchain no hotspot, uma delas é o tempo de sincronização.
Quando instalamos um hotspot pela primeira vez ou quando ele fica sem internet (offline) ou desligado por um período ele reinicia o processo de sincronização, que consiste em atualizar a cópia do Blockchain presente nele com o Blockchain da rede.
Para facilitar, imagine que você por segurança tenha um backup dos seus arquivos pessoais salvos em uma “nuvem”, por exemplo, no seu Google Drive.
Mas durante o dia seu celular/computador está sendo utilizado e você está criando/editando novos arquivos.

Enquanto você não fizer o backup dos seus arquivos para o Drive ele não estará totalmente atualizado com as últimas alterações que você fez.
Isso é o mesmo que acontece no processo de sincronização, é como se o seu hotspot estivesse fazendo o backup na nuvem para que tanto seu hotspot como a rede estejam com a cópia do Blockchain mais atualizada.
Essa categoria de hotspot foi muito importante para a primeira fase de implantação da rede, afinal esse esforço computacional descentralizado ajudaria a diluir o investimento em processamento no começo entre os participantes.
Veja que ao compararmos com a mineração de Bitcoin você encontra certas familiaridades. Afinal no início os mineradores de BTC utilizavam de seus PCs para suprir a necessidade de processamento da rede. Com o tempo isso foi evoluindo para uso das placas de vídeo e ASICs (computadores especializados em mineração).
A diferença para a mineração de Helium é que o Blockchain do Bitcoin foca na Prova de Trabalho que se traduz basicamente em processamento, já na Helium não há grande necessidade de processamento em comparação ao Bitcoin, por ter um modelo de Blockchain novo e focado em transmissão e recepção de RF (rádio-frequência).
LIGHT HOTSPOT
Nossa Elvis, interessante essas informações sobre o Full Miner, mas e os Light hotspots?
Calma que chegamos lá…

A categoria Light Hotspot traz um aparelho que não vai necessitar de uma cópia local do Blockchain Helium, ou seja, isso vai implicar diretamente na necessidade de processamento.
Logo, um hardware com menos necessidade de processamento “tende” a ser mais barato. Porque utilizei aspas (“) ?
Simples, porque com a escassez de hotspots e oferta limitada, temos que ficar de olho nos fabricantes e distribuidores espertinhos que podem vender Light ao preço de Full.
Há uma expectativa de que os preços dos Light Hotspots sejam entre 100 a 300 dólares por unidade, o que pode chegar a reduzir o preço médio atual até 80%!!!!

Para todos os usuários de hotspots isso será altamente relevante, afinal redução do custo do hotspot significa redução do tempo de Payback, ou seja, retorno do seu investimento. Pelo menos em teoria, affinal sabemos que isso deve gerar um aumento exponencial na quantidade de hotspots na rede e consequentemente uma diluição do HNT para os participantes.
De todo modo, vale saientar que pela minha experiência própria o custo de um hotspot representa entre 70 e 80% do custo total de uma boa instalação.
No Brasil, como nada é fácil essa redução no custo de aquisição de hotspots será ainda mais significativo, já que nós sofremos com os impostos de importação, taxas e outros impostos. Um hotspot aqui sai pelo menos um custo 2x maior do que em outros países.

Ok, mas além da redução do preço, tem mais alguma diferença?
Sim, jovem terá.
Com a implantação dos Light Hotspots além dessa questão relacionada aos próprios aparelhos, teremos uma mudança significativa na rede….
Afinal, se o processamento pesado está deixando de ser realizado em cada aparelho, pra onde ele vai?

Naturalmete isso terá que ser suprido de alguma forma para manter a robustez da rede, seja via servidores centrais controlados pela Helium seja pelos Validadores!!
Aí que o processo de transição para os validadores faz diferença.
Ok, mas o que são validadores? =D
Vou só resumir aqui, depois faço algum artigo mais elaborado….
Validadores são os responsáveis por validar as transações que ocorrem na rede e informar a rede Helium que deve pagar em HNT para os hotspots participantes dessas transações (PoC, challenger, beacon, witnesses, etc). Para ser validador e conseguir confirmar essas transações precisam de uma internet mais robusta e fazer stake (investir) “alguns” (10mil) HNTs.
Entendido isso, vamos para as implicações…
Como vocês puderam perceber falei sobre a influência disso no hardware (hotspot) e na estrutura (servidor, validadores)…agora para o usuário/proprietário do hotspot também ocorrerá um impacto positivo na operação…
Um dos problemas recorrentes sobre a instalação é a necessidade de abertura de uma porta específica no modem que fornece a internet para o aparelho (44158), caso isso não ocorra o aparelho fica com status “relayed”, que impacta um pouco no processo de mineração (Prova de Cobertura).
Com a rede sendo ajustada para a entrada dos Light hotspots não haverá mais relayed!!
Além disso, não teremos problemas com o tempo de sincronização!

Isso fará uma grande diferença quando se trata de problemas operacionais, falo por experiência própria.
Mas Elvis, fora isso, o Light Hotspot fará as mesmas coisas que o Full Miner?
Sim, participará da Prova de Cobertura, vai minerar como os demais e também vai transferir daods dos dispositivos e sensores que utilizarem a rede normalmente.
Agora a grande pergunta…
Quando vai ocorrer essa “inauguração” dos Light Hotspots?
Está mais perto do que você imagina…
A previsão para a rede sofrer essa adaptação para os Light Hotspots deve ocorrer dia 03 de Maio de 2022 (era pra ser dia 19 de abril, mas foi adiado)…
Agora é aguardar e ver como vai ser essa transição.
Os fabricantes de aparelhos Light estão aguardando que a Nova Labs (antiga Helium Inc) autorizem a venda desses novos modelos. Há uma expectativa de que isso ocorra juntamente com essa alteração da rede, creio eu que com um certo delay, mas ainda assim acredito que devemos ter vendas iniciando antes do início do segundo semestre.
DATA ONLY
São uma categoria de hotspot que não realizam a PoC (Prova de Cobertura), ou seja, não vão conseguir ganhar HNT por testemunhar outros aparelhos da rede, criar desafios ou sinalizar.
Essa categoria poderá receber HNT apenas pelo tráfego de dados da rede.
Espera-se que no futuro existam diversos aparelhos Data-Only, pois vários modelos de gateways (hotspots) que funcionam com o protocolo LoRaWAN, mas não atuam na rede Helium possam ser convertidos para funcionar na rede, contribuindo ainda mais para a expansão da rede globalmente.
Espero que tenha gostado do conteúdo.
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